sábado, 12 de junho de 2010

Especial - Dia dos Namorados (Desilusão)

Não tinha mais que dez anos de idade, quando senti pela primeira vez a vontade de não existir.
Mas, que motivo tremendo seria esse? Tão forte a ponto de fazer uma criança querer negligenciar sua própria existência?
Ora, não é óbvio?
Só posso estar falando do primeiro amor...
Não o primeiro de todos, mas o primeiro de muitos não correspondidos.

Amar por si só já é uma faca de dois "legumes" (Parafraseando um trecho de verso da música "Lá vem o Alemão" dos Mamonas Assassinas), mas amar com 10 anos e poucos, sendo gordinho, nerd e romântico? Isso é uma faca de dois gumes e duas faces repletas de espinhos metálicos.

Nessa época, vivia na mais pura idealização... Meus olhos eram câmeras de alta definição, captando cada movimento dela, quadro à quadro. Era uma deusa dourada de 10 anos.
Sentir seu cheiro era como parar de respirar, de tão bom, o perfume sufocava e inebriava os sentidos.

E ela? O que pensava de mim? O que ela via quando me olhava? Bem, o que pensava... Só posso supor. O que via? Um gordinho atordoado e disposto à tudo, fazendo coisas que conquistariam qualquer mulher adulta em 1920. Em suma... Ela tinha a visão da personificação do ridículo... Tendo por forma: EU.

Para encurtar a história. Ao saber que ela, minha musa, havia beijado meu mais novo (E futuro melhor...) amigo... Entrei em parafuso.
Chorei ao fim das aulas do dia, no meio do pátio, como apenas um novato no mundo das desilusões amorosas faria.
Me escondi, cheguei a pedir que "dessem cabo da minha vida".
Doía a "perda" de algo que nunca foi possuído e doía a ridícula situação a qual estava me submetendo.

Hoje, olho para trás e rio com gosto das minhas peripécias, ingênuidade e idealismo. Essa época era boa e eu não sabia.
Mesmo com meus quase "20 e poucos", com alguns casos e tantos amores... Não mudei, exceto com relação ao excesso de gordura. E também com relação ao não dar mais vazão à estúpida vontade de querer abrir mão da minha vida em momentos de desespero.
Continuo "nerd" (Mas sem a maravilhosa parte das boas notas.) e romântico.
Continuo à cortejar com todos os requintes de um cavalheiro de épocas mais polidas. E continuo solteiro, buscando no corpo de cada mulher a minha "alma gêmea".



Feliz dia dos namorados.

2 comentários:

Lênia Luz disse...

FELIZ DA ESCOLHIDA !

Aline Caldas disse...

Lembro do seu primeiro amor (depois de mim, lógico)...rsrsrsrsrs